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A Três Mãos

A três mãos se escreve, a dois olhos se lê, a um o pensamento que perdura

A Três Mãos

A três mãos se escreve, a dois olhos se lê, a um o pensamento que perdura

14 Mai, 2015

O retrato!

Ergeu o olhar para o lado oposto da mesa mas a cadeira, tantos anos ocupada, encontrava-se agora vazia. Cinquenta e cinco anos em conjunto! Mais de meio século. E os últimos anos haviam sido de suplício, luta permanente contra uma doença que teimava em evoluir drasticamente. Lembrou-se da promessa entre ambos, muitos anos antes de qualquer enfermidade... - Nunca me leves para um lar, quero morrer na minha cama   - pedira Amélia um dia. Ernesto prometera que assim faria. E fez... (...)
29 Jan, 2015

O amigo Rafa

A fama do canito do José Trapas havia ultrapassado e muito as fronteiras do concelho. O animal em causa não tinha uma raça bem definida, era feio como uma noite de tempestade, todavia simpático e muito competente no que se referia à caça! Por diversas vezes, quando o dono se dignava acompanhar os outros caçadores, era vê-lo em busca de coelhos e lebres. Enquanto os outros cães ladravam tentando assustar a caça, Rafa embrenhava-se, qual furão, debaixo das pedras ou penetrava num (...)
19 Jan, 2015

Arlindo

... Retalho anterior   Foi numa manhã gelada e enevoada de Janeiro que Arlindo nasceu, numa aldeia embutida na encosta da serra fria e pedregosa. Fora o quinto filho e a alegria da sua chegada fora saudada como do nascimento da primeira criança. - É um rapagão. Perfeitinho! – concluiu a parteira velha e balofa, que fizera vir ao mundo mais de metade da aldeia. A mãe não sabia se havia de rir ou (...)
04 Jan, 2015

Laura

Laura acordou. O barulho incomum na casa havia-a despertado. De pijama com ursos estampados, ainda meio ensonada, abriu a porta do quarto. O barulho tinha parado. Voltou então à cama quente e apetecível. A menina tinha oito anos de inocência adequada à idade mas dona de uma inteligência especial. Aprendera a ler sozinha… Admirava-se muitas vezes do pai, que de livro em riste, conseguia rir e até chorar apenas com a leitura. E quando o via demonstrar alguns sentimentos perguntava-lhe: